sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"Call me Ishmael. Some years ago


- never mind how long precisely- having little or no money in my purse, and nothing particular to interest me on shore, I thought I would sail about a little and see the watery part of the world. It is a way I have of driving off the spleen and regulating the circulation. Whenever I find myself growing grim about the mouth; whenever it is a damp, drizzly November in my soul; whenever I find myself involuntarily pausing before coffin warehouses, and bringing up the rear of every funeral I meet; and especially whenever my hypos get such an upper hand of me, that it requires a strong moral principle to prevent me from deliberately stepping into the street, and methodically knocking people's hats off- then, I account it high time to get to sea as soon as I can. This is my substitute for pistol and ball. With a philosophical flourish Cato throws himself upon his sword; I quietly take to the ship. There is nothing surprising in this. If they but knew it, almost all men in their degree, some time or other, cherish very nearly the same feelings towards the ocean with me."
Também eu respondo agora, à minha maneira, a esse apelo...
Até breve e boas leituras!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sir Thomas More escreveu o seguinte a partir deste passo de Marcos



«Senhor, eu creio! Aumenta a minha fé!» (Mc 9, 24)

'Senhor, aumenta a nossa fé» (Lc 17, 5). Meditemos nas
palavras de Cristo e convençamo-nos de que, se não permitirmos
que a nossa fé se torne morna ou mesmo fria, que perca a sua força
dispersando-se por pensamentos fúteis,deixaremos de dar importância
às coisas deste mundo e concentrá-la-emos num cantinho da nossa alma.

Então, depois de termos arrancado todas as ervas daninhas do
jardim do nosso coração, semeá-la-emos como o grão de mostarda,
e o rebento crescerá. Com uma firme confiança na palavra de Deus,
removeremos uma montanha de aflições; ao passo que, se a nossa fé
fosse hesitante, não deslocaria nem um montículo de toupeira. Para
finalizar esta dissertação, digo-vos que, uma vez que toda a consolação
espiritual pressupõe uma base de fé – e só Deus a pode dar –, devemos
pedir-lha sem cessar.'

Bom dia e boas semana!


sábado, 8 de agosto de 2009

Natália Correia e o pc


De tão politicamente incorrecto, não resisto a transcrever este passo da narrativa de viagens ontem mencionada e citada:
'Neste «night-club» [The Village Barn] observei uma coisa que só vi nos «cabarets» de Marrocos e do Egipto, mas em circunstâncias bastante diferentes: mulheres dançando com mulheres. ... Compreendo que as diversões e a alegria que delas advém, não são monopólio da juventude nem da beleza. Mas a dança é um acto virtualmente sexual. Só a admito entre um homem e uma mulher. Duas mulheres dançando não fazem sentido. É uma aberração estética. As únicas combinações sexuais que se suportam vestidas são as do homem e da mulher. Só a completa nudez permite a rebusca da emoção estética na heterogeneidade sexual. Cobertas, as pessoas têm o dever de serem coerentes com o traje que envergam.' (pp. 130-131)
Voltarei a outros passos nos próximos dias.
Bom Sábado e boas leituras... ou boas músicas (não esquecer os derradeiros dias do Jazz em Agosto na Gulbenkian!)!
A propósito, o quadro de Natália Correia acima reproduzido, é da autoria de Artur Bual.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Natália Correia e os Estados Unidos


Sabia da existência deste livro mas nunca o lera. Seu título é Descobri que era europeia - Impressões duma viagem à América, e foi publicado pela Portugália em 1951; Natália Correia escreveu-o no ano anterior.
Quis o destino que o encontrasse num alfarrabista há uma semana atrás.
É uma narrativa de viagens, escrita, como referi, logo após a II Guerra Mundial, aquando dos primeiros vestígios do macartismo. E, como qualquer narrativa de viagens, revela mais acerca de quem escreve do que dos lugares visitados.

A primeira coisa que, por processos ínvios, me veio à memória, quando comecei a lê-las, foi um outro livro, I like it here, de Kingsley Amis, um romance escrito sensivelmente na mesma altura mas que decorre em Portugal. Curiosamente, "isto aqui" não se refere a Portugal, mas sim à Inglaterra.
Ora, Natália Correia descobre a sua "europeidade" (esta palavra existe?) no Novo Mundo ao aperceber-se das radicais diferenças culturais entre este e o Velho.
Vejam este passo no qual a escritora regista a sua perplexidade:
"Onde é possível encontrar na culta Europa, numa pequena e longínqua cidade sem tradições de cultura, um museu apetrechado das melhores expressões da rate moderna; e crianças interessadas pela pintura?
Este país confunde as pessoas com melhores ou piores intenções a seu respeito. Felizmente não passo de simples espectadora." (p. 111)
Como se vê neste passo, não é apenas uma questão cultural, mas também política que nesse exemplo se exibe. E, no seu centro, persiste uma noção de comunidade. Democrática, claro!
Se encontrarem este livro, agarrem-no, visto tratar-se de um interessante documento de época que exibe a infinita capacidade que o Novo Mundo tem de nos levar a pensar para além dos clichés.
Boas leituras!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O sentido de comunidade, numa acepção anglo-saxónica,

tal como a tenho entendido no diálogo com aqueles que me têm acompanhado ao longo dos anos, constrói-se livremente e significa comunhão, jogo de simpatias, e não hierarquia, imposição de poder(es).

Um resto de bom dia!

Preencher uma ausência

não será por certo, mas esta iniciativa da Assírio & Alvim ajudará a divulgar um nome que, desde o início dos anos sessenta, tem permanecido nas margens dos discursos dominantes.
Aqui fica a informação: a obra poético-literária reunida de M. S. Lourenço será lançada no Outono deste ano, com o título O Caminho dos Pisões.
Até lá podemos ir relendo alguma da sua obra ensaística.
Boas leituras!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Brave New World

Podemos ler hoje no Diário de Notícias:

'O nível de segurança da Internet no sector estatal é considerado "perigoso", sendo que pelo menos um em cada cinco computadores está vulnerável e no máximo um em cada dois, segundo um estudo que é hoje apresentado.

O sistema informático NONIUS, desenvolvido pela Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra e Instituto Pedro Nunes, analisou cerca de 4,5 milhões de endereços da internet (IP) e domínios ".pt" do sector público e privado, desde universidades, empresas, bancos e ministérios, entre outros, representando assim toda a internet portuguesa.

Em declarações à Agência Lusa, o investigador Francisco Rente indicou que nos endereços e sites testados do sector público, o nível de segurança passou de "aceitável" para "perigoso" entre Junho de 2008 e Julho de 2009, o que significa que "pelo menos um em cada cinco computadores encontra-se vulnerável e no máximo um em cada dois".'


Infelizmente quem nos governa não leu as grandes distopias do século XX
. Tivessem lido, e não ficariam deslumbrados pelas "novas tecnologias".
Entretanto, a vigilância sobre os cidadãos e as cidadãs acentua-se perigosamente.
E sem razões para nos sentirmos protegidos/as, claro!
Porque não regressar a Orwell, a Huxley e a Bradbury?
Boas leituras!

Leitura de férias é uma expressão particularmente

perigosa, visto habitualmente significar "leitura light"; isto é, chegadas as férias, simplesmente podemos desperdiçar o nosso tempo.
Ora, porque o tempo é sempre precioso, nomeadamente quando se trata de o desfrutar, deixo-vos a indicação de um livro apaixonante que, estou certo, vos abrirá várias portas (pelo menos, a mim, abriu!).
O seu título é Translocal Modernisms - International Perspectives, foi organizado por Maria Irene Ramalho e António Sousa Ribeiro (Bern: Peter Lang, 2008), e está dividido em quatro secções: Times and Spaces of Modernism, The Color of Modernism, Theories and Practices of Modernism e Modernism Otherwise.
A qualidade das colaborações (envolvendo várias gerações de investigadores) demonstra a vitalidade desta área científica.
Boas leiuras!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Subscrevo João César das Neves quando escreve:

"Os blogs, mensagens em massa, redes sociais, mundos virtuais e outros sites de interacção tornaram-se subitamente muito populares. Aí multidões gastam o tempo livre (e boa fatia do que devia estar ocupado) a participar naquilo que dizem ser relação social. Mas, ..., estes contactos não constituem verdadeira conversação humana. Se podem evoluir para algo com significado, em geral não passam de dissipação e ociosidade.

Um colóquio tem certas exigências particulares. Não é possível entabular contactos relevantes e válidos com desconhecidos ou passantes eventuais. Isso é verdade na rua como na Net, por muito que isso frustre as certezas dos fanáticos da novidade. Podem fazer-se novas amizades no mundo virtual, mas à custa das antigas e verdadeiras amizades." (Diário de Notícias, 03/07/09)

Daí que este meu espaço seja dedicado à comunidade que partilha de uma sensibilidade cultural muito específica.

Daí que este espaço seja referenciado como: "Um lugar de encontro sobre a literatura e as artes no(s) espaço(s) anglo-americano(s), com alguns envios para outras cumplicidades."

Daí que, quando as aulas de mestrado começavam (por circunstâncias que me escapam, não sei quando voltarão a começar), eu tivesse por hábito dizer aos/às mestrandos/as que, a partir daquele instante, passavam a integrar uma comunidade.

Um resto de bom dia, e aproveitem-no para ler o artigo do professor César das Neves... como sempre, vale a pena!